Entenda mais sobre mecanismos que podem ser adotados para que os casos de demência não aumentem drasticamente
por Hellen Barbosa
Uma pesquisa feita pela Universidade de Washington, Estados Unidos, aponta que até o ano de 2050 os casos de demência no planeta podem triplicar. Segundo os pesquisadores envolvidos no teste, a incidência desses casos vai crescer. Foram 57,4 milhões casos de demência registrados em 2019, sendo que em 2050, segundo a estimativa calculada, os casos de demência passarão a ser 152,8 milhões.
Estes dados foram apresentados na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, AAIC, em julho deste ano. Para que a projeção fosse possível, os pesquisadores usaram dados globais de 1999 até 2019 da Carga Global de Doenças, em inglês, Global Burden of Disease ou GBD, um conjunto de estimativas que marca as tendências de saúde de todo o mundo.
Qual o principal fator para que a projeção seja tão alta?
Um dos pontos principais para que a análise sugerida tenha uma taxa alta de projeção se dá, em grande parte, pelo crescimento e envelhecimento da população. Mas é importante ressaltar que estes fatores podem variar nas mais diversas regiões do mundo. O Instituto Nacional de Envelhecimento dos Estados Unidos aponta que pessoas com 65 anos ou mais, em 2050, vão representar 16% da população mundial, sendo que em 2010 essa população era cerca de 8%.
Além disso, o tabagismo, o alto índice de massa corporal (IMC elevado) e o alto nível de glicemia em jejum também foram atribuídos como fatores responsáveis para as projeções de demência para 2050 serem tão altas. Os pesquisadores puderam observar que entre 2019 e 2050, o aumento de 6,8 milhões de casos de demência podem ser atribuídos às mudanças causadas por estes fatores.
O aumento previsto no número de indivíduos com demência para 2050 alerta sobre a importância e a necessidade de pesquisas focadas na descoberta de tratamentos capazes de modificar e intervir em quadros de doenças de demência. O baixo custo é importante para que pessoas das mais diversas classes sociais tenham acesso a estes tratamentos, com o objetivo de prevenir ou retardar o início da demência. Mas você sabia que a educação é uma ferramenta capaz de melhorar o quadro clínico de pacientes com demência?
Recentemente, cientistas descobriram que será possível observar declínio nos casos da doença até 2050, utilizando a educação para alcançar esta melhora esperada. Além das medidas terapêuticas já conhecidas, é fundamental intervir de outras formas para que o risco de demência na população mundial seja reduzido. Fatores ligados à mudança no estilo de vida, somados a boa alimentação, exercícios e práticas de atividade cerebral são capazes de alcançar estes objetivos de redução.